- Formiguinha, que te vale este mundo (de)vasto?
- De nada me soma; vivo, sobrevivo... Existo apenas.
- Cigarrinha amiga, que te vale o teu cantar?
- Anima meus dias e noites de verão; mas de nada me vale nos longos invernos (infernos)
- Castor, nobre ser, que te vale esta tua represa?
- Abrigo, proteção... Trabalho... Preguiça de o fazer.
- Abelha, minha rainha, que te vale teu nécta e teu pólen?
- O néctar me serve de alimento, a mim e aos meus; o pólen, no entanto, ajuda no crescimento das minhas, nobres, amigas plantas.
- Rosa, roseira, que te vale tuas pétalas e perfume?
- Beleza... Elegância.
- Senhor Grilo, que te vale teu cricrilar?
- Cada qual possui seu modo de festejar; este é o meu, alegrar as madrugadas com o meu cantar.
- Perguntaste-nos que nos valia o mundo, o cantar... Perguntamos também nós a tu: que te vale a saudade, o tempo e a escrita? (Todos em uníssono)
- O tempo é um fétido, pestilento, insubordinado... Mísero ladrão. Furtou-me o que mais tinha de valioso, deixou apenas lembranças da minha preciosidade; as recordações resultaram em saudosidade. Quanto a escrita, de nada me vale sem meu pequeno diamante. (Respondi aturdido - surpreso)
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Autoria: Alex da Silva Alves
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Simplesmente incrível ! Sinto-me cada vez mais impressionada com sua magnífica arte de escrever! Meus parabéns .
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